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domingo, 1 de março de 2020

A Parábola da Ovelha Perdida

A Parábola da Ovelha Perdida é uma das parábolas de Jesus que fala sobre o maravilhoso amor de Deus. Essa parábola está registrada nos Evangelhos de Mateus e Lucas (Mateus 18:12-14; Lucas 15:4-7). Um estudo da Parábola da Ovelha Perdida mostra como o próprio Deus busca ativamente o pecador e se alegra quando o resgata.

Na Parábola da Ovelha Perdida Jesus fala sobre um pastor que possui cem ovelhas. Mas uma dessas ovelhas acaba se perdendo. Então ele deixa no deserto as noventa e nove ovelhas e vai em busca da única ovelha perdida. Ele não para, não desiste até encontrá-la.
Quando o pastor encontra a ovelha perdida ele a coloca sobre seus ombros com grande alegria. Ao chegar em casa, o pastor convoca seus amidos e vizinhos e diz a eles para que se alegrem juntamente com ele por ter encontrada a ovelha perdida. Jesus termina a parábola dizendo: “Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento”
(Lucas 15:4-7).

Contexto e explicação da Parábola da Ovelha Perdida

Como já foi dito, a Parábola da Ovelha Perdida pode ser encontrada nos Evangelhos de Mateus e Lucas. Basicamente os dois relatos são idênticos, embora seja possível classificar o texto de Mateus como sendo um paralelo abreviado comparado ao texto de Lucas.


Mas analisando os textos de Mateus e Lucas, o contexto histórico claramente parece indicar que Jesus contou essa parábola duas vezes. Isso significa que ele usou essa parábola em duas ocasiões diferentes e com propósitos diferentes em seu ministério terreno. Apesar disso, a mensagem principal da parábola permanece a mesma. Vejamos melhor a explicação da Parábola da Ovelha Perdida em cada um dos dois Evangelhos.

A Parábola da Ovelha Perdida no Evangelho de Mateus


No Evangelho de Mateus o contexto que prepara a introdução da Parábola da Ovelha Perdida é o ensino de Jesus de que Deus é um Pai amoroso. Ele cuida de seu rebanho; Ele coloca seus anjos e utiliza todos os meios necessários para fazer com que seus propósitos sejam concretizados.

Então em Mateus 18:1 os discípulos fazem a seguinte pergunta a Jesus: “Quem é o maior no reino dos céus?”. Para responder essa pergunta, Jesus colocou um menino no meio deles e disse: “Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus” (Mateus 18:3).

Na sequência Jesus advertiu os discípulos sobre o perigo de fazer com um dos pequeninos tropece ou mesmo desprezá-los de alguma forma. É nesse sentido que Jesus contou a Parábola da Ovelha Perdida. Seu objetivo era enfatizar que não é da vontade do Pai que “um só destes pequeninos se perca” (Mateus 18:14).

Embora Jesus tenha usado literalmente uma criança nesse contexto, isso serviu como ilustração de uma verdade espiritual muito importante. Isso significa que ao usar um menino, Jesus se referiu àqueles cuja fé mantém a simplicidade das crianças. Diante desse propósito, a Parábola da Ovelha Perdida em Mateus nos ensina que Deus, como um pastor que cuida de suas ovelhas, também busca e cuida daqueles que sãos seus. Ele não deixará que nenhum daqueles que lhe pertencem se perca.

A Parábola da Ovelha Perdida no Evangelho de Lucas

Eles não conseguiam enxergar o verdadeiro propósito pela qual o Filho de Deus veio ao mundo, a saber, buscar e salvar o perdido. Então com o intuito de expor o comportamento reprovável e injusto dos religiosos, e ao mesmo tempo mais uma vez lhes oferecer a oportunidade de converter-se de tal perversidade, Jesus contou três parábolas. Foram elas: a Parábola da Ovelha Perdida, a Parábola da Dracma Perdida e a Parábola do Filho Pródigo.

A explicação da Parábola da Ovelha Perdida

Presenciar pastores apascentando ovelhas era algo corriqueiro e familiar naquele tempo. Isso significa que na Parábola da Ovelha Perdida mais uma vez Jesus usou uma prática muito comum para compor sua história e transmitir o seu ensino.

Então os ouvintes de Jesus estavam bem habituados com a cena descrita por por Ele. Além disso, todos eles, principalmente os fariseus e os escribas, conheciam muito bem as passagens do Antigo Testamento que mostram Deus como o Pastor de suas ovelhas (cf. Salmos 23:1; Isaías 40:11; Ezequiel 34:15,16).

Jesus começou a Parábola da Ovelha Perdida perguntando: “Qual de vocês, se tiver cem ovelhas e tiver perdido uma delas, não vai em busca da ovelha perdida?” (Lucas 15:4). Nessa pergunta Jesus ensina que todo pastor bom e zeloso, necessariamente buscará a ovelha perdida. Ele agirá dessa forma mesmo que isso implique em deixar as outras noventa e nove ovelhas enquanto busca uma única ovelha desgarrada.

Na sequência da parábola Jesus faz questão de descrever a alegria do pastor ao encontrar sua ovelha perdida (Lucas 15:5,6). Ele reúne seus amigos e vizinhos para juntos festejarem. Essa cena é a que prepara a lição principal da parábola que indica que há uma grande festa no céu quando um pecador perdido é encontrado (Lucas 15:7). Essa alegria é resultante da busca e do cuidado providencial do Bom Pastor.

Sobre isso, o próprio Jesus com suas palavras e sua obra revelou o tamanho desse cuidado. No Evangelho de João lemos a seguinte declaração do Senhor Jesus: Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (João 10:11).

Quem são as noventa e nove ovelhas?

Em Lucas 15:7 o Senhor Jesus diz: “Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento”. Os estudiosos consideram essa declaração difícil de interpretar.

Perceba que nas palavras de Jesus as noventa e nove ovelhas representam pessoas justas que não precisam de arrependimento. Então quem seriam essas pessoas? Existem diferentes interpretações que tentam responder essa pergunta. Citaremos aqui as duas principais:

A primeira interpretação considera que os noventa e nove justos são aquelas pessoas que verdadeiramente fazem a vontade de Deus e seguem seus mandamentos. Também há alegria no céu pela conduta de vida dessas pessoas. No entanto, quando um pecador se arrepende, então a alegria é ainda maior. É como uma ovelha desgarrada que foi recuperada, uma dracma perdida que foi encontrada e um filho perdido que retornou à casa do pai.
A segunda interpretação considera que os noventa e nove justos são pessoas que apenas possuem aparência de justiça. Em outras palavras, elas são pessoas justas a seus próprios olhos e por isso elas pensam não precisar de arrependimento. Isso porque alguém que se julga justo obviamente não deve ter nada do que se arrepender.
Embora as duas interpretações sejam boas e demonstram verdades confirmadas pelas Escrituras, a segunda interpretação é aquela que mais se harmoniza ao contexto da Parábola da Ovelha Perdida no Evangelho de Lucas. Quando Jesus contou essa parábola ele estava junto dos miseráveis pecadores que o cercavam para ouvir suas palavras. Enquanto isso ali também estavam alguns representantes dos religiosos, que se orgulhavam em cumprir a Lei. Essas pessoas se consideravam justas e murmuravam diante da atitude de Jesus.

Sob esse aspecto parece claro que Jesus estava falando dos fariseus e dos escribas, juntamente daqueles que os seguiam. Portanto, provavelmente os noventa e nove justos representam os murmuradores que confiavam em suas próprias obras.

Aqui vale lembrar que antes disso Jesus já havia sido censurado pelos fariseus por se ajuntar com pessoas reprováveis. Mas o Senhor Jesus sempre deixou claro que Ele não veio chamar os justos ao arrependimento, mas, sim, os pecadores (Lucas 5:30-32). Através de uma parábola, em outra ocasião Jesus também repreendeu algumas pessoas que pensavam ser justas, confiavam em si mesmas e desprezavam os outros (Lucas 18:9).

Mas independentemente da interpretação adotada, o importante é entender que a ênfase da Parábola da Ovelha Perdida está justamente na ovelha que se perdeu, foi buscada, encontrada e celebrada. Isso significa que a mensagem de Jesus nessa parábola demonstra que se um pastor humano deixa as noventa e nove ovelhas para buscar uma única que se perdeu, o que se pode esperar então do Bom Pastor, que dá sua vida pelas ovelhas? Ele certamente buscará e resgatará o pecador perdido.

Lições da Parábola da Ovelha Perdida


A Parábola da Ovelha Perdida ensina muitas lições de extrema importância para a vida cristã. Em primeiro lugar, a parábola ensina que uma única pessoa já faz falta. Muitas vezes estamos acostumados a situações em que fatalmente pensamos que um a mais ou um a menos não faz diferença.

Isso acontece porque humanamente estamos propensos a olhar muito mais para as noventa e nove ovelhas do que para uma única ovelha que ficou desgarrada. Mas felizmente o Bom Pastor não age dessa maneira. Para Ele, uma única ovelha já faz falta, pois nenhuma de suas ovelhas poderá ficar definitivamente perdida (João 10:28).

Em segundo lugar, a Parábola da Ovelha Perdida ensina que o pastor busca suas ovelhas. Quem já viu alguma vez um rebanho de ovelhas e se atentou ao comportamento delas, sabe o quão limitadas elas são em todos os sentidos. As ovelhas são completamente dependentes do pastor que as apascenta. É por isso que o pastor de ovelhas sempre está atento a qualquer problema que possa ocorrer com seu rebanho. Ele se compromete a proteger o rebanho de qualquer imprevisto.

Da mesma forma Cristo, como um pastor, vai à procura do homem que é totalmente incapaz de fazer qualquer coisa por si mesmo. É o pastor que vai em busca da ovelha, e não a ovelha que vai em busca do pastor. A salvação é obra da soberana graça divina! Deus é quem vai em busca do homem, não o homem quem vai em busca de Deus.

O homem por si só, mesmo pensando consigo possuir muitas habilidades e capacidades, não possui qualquer condição de encontrar o caminho para o aprisco da salvação. Sozinha a ovelha perdida nunca teria sido encontrada! De igual modo, Deus encontra o pecador que está perdido no pecado e que sozinho nunca conseguirá escapar de cair no abismo.

Os homens passam suas vidas buscando alento em muitas coisas. Alguns buscam em religiões; outros em bens materiais; e outros em status e fama ou qualquer outra coisa que possa satisfazê-los. Porém, quando o pecador é resgatado de sua perdição e se sente acolhido nos braços do Bom Pastor, não resta outra coisa a ele a não ser admitir que não foi ele quem encontrou a Cristo, mas Cristo foi quem o encontrou.

Em terceiro lugar, a Parábola da Ovelha Perdida ensina que devemos aprender com a atitude do Bom Pastor. Diante dos perdidos, podemos adotar diferentes atitudes. Podemos odiá-los, podemos ser indiferentes a eles, podemos recebê-los caso venham até nós, ou, finalmente, podemos buscá-los.




Consequentemente, a Parábola da Ovelha Perdida também nos exorta sobre o perigo de sermos como os fariseus e os escribas. Devemos nos doar pela tarefa de anunciar o Evangelho que encontra e restaura o perdido. Cristo não odiou os publicanos e os pecadores e nem mesmo foi indiferente a eles. Ao contrário disso, Jesus fez mais até do que apenas recebê-los bem. Na verdade muitas vezes Ele próprio é quem foi em busca dos perdidos e desprezados (Lucas 19:10; Mateus 14:14; 18:12-14; João 10:16).









Fonte

domingo, 17 de fevereiro de 2019

MARIA


A História de Maria Mãe de Jesus: Quem Foi Maria de Nazaré?

Maria, mãe de Jesus, foi a mulher escolhida soberanamente por Deus pela qual nosso Senhor e Salvador veio ao mundo. Ela também é conhecida como Maria de Nazaré. Pouco se sabe sobre quem foi Maria, mãe de Jesus, especialmente com respeito a detalhes biográficos. Mas a história de Maria, conforme narrada nos Evangelhos, já é suficiente para entendermos a importância dessa mulher.

Maria era uma jovem virgem que vivia em Nazaré da Galiléia. Ela era noiva de um carpinteiro chamado José (Lucas 1:26s). Assim como José, é amplamente aceito que Maria era da linhagem de Davi. O nome “Maria” é a forma grega do nome hebraico Miriã, cujo significado é incerto.

A história da jovem virgem Maria
Mateus interpreta que Maria era a virgem da qual profetizou o profeta Isaías (Mateus 1:23; cf. Isaías 7:14). Embora essa profecia seja alvo de muitos debates teológicos, é inegável que seu cumprimento pleno se deu no nascimento de Jesus Cristo. Portanto, a virgem de quem falou Isaías é Maria; e seu filho, o Emanuel, é Jesus.

Maria, mãe de Jesus, deve ser distinguida de outras mulheres que são citadas no Novo Testamento com esse mesmo nome. Algumas dessas mulheres foram: Maria, mãe de João Marcos (At 12:12); Maria de Betânia (Lucas 10:42; João 11:1); a mãe de Tiago e José (Mateus 27:61); e Maria Madalena (Lucas 8:2).

Maria é mencionada nas passagens bíblicas que fazem referência a infância e juventude de Jesus (Mateus 1:18-25; 2:11-21; Lucas 1:26-56; 2:1-51). Depois, ela também é mencionada direta e indiretamente em outras referências neotestamentárias (Mateus 12:46-50; João 2:1-11; 19:25-27; Atos 1:12-14; Gálatas 4:4).

Maria recebe a visita de um Anjo
O mesmo anjo, Gabriel, que havia predito o nascimento do profeta João Batista, também foi enviado a Nazaré para predizer o nascimento de Jesus. Naquela pequena aldeia da Galiléia, vivia Maria de Nazaré. Ela era uma virgem prometida em casamento a um homem que vivia na mesma aldeia.

É interessante que a cidade de Nazaré não é mencionada uma única vez no Antigo Testamento, de modo que aquele pequeno vilarejo era visto até mesmo com desdém por alguns (João 1:46). Mas nos planos soberanos de Deus havia ali uma virgem a qual traria ao mundo a concretização da promessa da encarnação do Salvador.

Em sua visita, Gabriel saudou Maria como uma mulher agraciada. Sua salvação significava simplesmente que ela era a destinatária do favor de Deus, escolhida para ser a mãe de Jesus (Lucas 1:28). Diante de tal saudação, ela demonstrou temor e perplexidade (Lucas 1:28).

O anjo então tranquilizou Maria. Ele lhe assegurou que ela havia achado graça diante de Deus, e lhe anunciou que ela ficaria grávida e daria a luz ao “filho do Altíssimo” (Lucas 1:30-33). Ao ouvir tais palavras, Maria pediu uma explicação ao anjo. Ela não entendia como isso seria possível, já que ainda não havia conhecido homem algum (Lucas 1:34).

Gabriel lhe explicou que sua concepção resultaria de uma ação divina e não humana. Portanto, o próprio Espírito Santo produziria em seu ventre esse milagre extraordinário (Lucas 1:35-37). Diante da explicação dada pelo anjo, Maria prontamente se mostrou humilde e sinceramente rendida a tamanha dignidade que soberanamente Deus havia lhe concedido ao escolhê-la (Lucas 1:38).

No período em que ficou grávida, Maria já estava desposada legalmente com José. O casal estava aguardando apenas a festa de núpcias e o início da vida em comum. Foi por isso que José teve dificuldade em aceitar a repentina gravidez de Maria.

Foi preciso que um anjo do Senhor lhe aparecesse em sonho para explicar-lhe o que de fato havia acontecido (Mateus 1:19,20). Após ter sido confortado e encorajado pelo anjo, José não hesitou em assumir Maria e a recebê-la como sua esposa (Mateus 1:21).

Maria dá à luz a Jesus
Maria deu à luz a Jesus em Belém. Naquela ocasião ela estava acompanhando seu esposo, José, o qual havia ido até Belém a fim de cumprir o alistamento decretado por César Augusto em todo Império Romano (Lucas 2:1-5).

Essa viagem certamente foi muito exaustiva para Maria, considerando que eles percorreram uma distância aproximada de 140 quilômetros. Provavelmente devido ao senso que estava ocorrendo, o casal não encontrou vaga na estalagem. Isso deve ter ocorrido porque certamente havia muitos oficiais e soldados romanos hospedados na cidade. Então José e Maria abrigaram-se no estábulo que talvez ficasse numa gruta. Foi ali que Maria deu à luz a Jesus Cristo.

A vida de Maria após o nascimento de Jesus
São poucos os detalhes sobre a história de Maria após o nascimento de Jesus. Sabe-se que sua família viveu em Nazaré, com exceção do tempo em que passaram no Egito se refugiando da ira de Herodes.

Sobre a infância de Jesus, a Bíblia nos informa apenas sobre o episódio em que Ele, já com doze anos, ficou em Jerusalém após a celebração da Páscoa. Quando perceberam que Jesus não estava com eles, José e Maria voltaram a Jerusalém e o encontraram no Templo entre os doutores.

Maria foi quem expressou toda sua preocupação. Ela questionou Jesus sobre o porquê de Ele ter feito aquilo. Como resposta, ela escutou dele as conhecidas palavras: “Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?” (Lucas 2:49).

Maria durante o ministério de Jesus
Pouquíssimas vezes Maria é citada durante o ministério de Jesus. Provavelmente ela não o acompanhava em suas viagens missionárias, pelo menos não frequentemente. No entanto, ela esteve presente no primeiro milagre de Jesus registrado nos Evangelhos, quando Ele transformou água em vinho em um casamento celebrado em Caná (João 2:1s).

Mais tarde, em outra ocasião, Maria e os irmãos de Jesus foram lhe chamar. Ao ser comunicado disso, Jesus enfatizou que a fidelidade espiritual está acima dos laços familiares. Então Ele olhou para a multidão e disse: “Eis aqui minha mãe e meus irmãos. Porquanto, qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, e minha irmã, e minha mãe” (Marcos 3:34,35).

Depois disso, Maria, mãe de Jesus, aparece novamente no texto bíblico já no relato da crucificação. Ela ficou aos pés da cruz onde Cristo estava, e foi amorosamente recomendada ao apóstolo João pelo Senhor Jesus (João 19:25-27). Essa recomendação foi uma das sete frases ditas por Jesus na cruz, e demonstrou a humanidade de Jesus e sua preocupação por sua querida mãe naquela hora de agonia.

Fora dos Evangelhos, Maria é citada nominalmente apenas no livro de Atos dos Apóstolos. O livro de Atos conta que a mãe de Jesus estava juntamente com os discípulos perseverando “unânimes em oração” (Atos 1:14).

Maria, mãe de Jesus, teve outros filhos?
A Bíblia oferece algumas evidências de que Maria, mãe de Jesus, teve outros filhos após seu nascimento. A Bíblia afirma categoricamente que ela permaneceu virgem até dar à luz a Jesus. No entanto, a Bíblia não menciona nada a respeito de ela ter permanecido nessa condição após o nascimento de Jesus (Mateus 1:24,25).

No Evangelho de Lucas é dito que Jesus foi o primogênito de Maria (Lucas 2:7). É verdade que apenas essa passagem não é suficiente para se provar que Jesus teve irmãos uterinos. Mas o Novo Testamento também menciona em outras passagens os irmãos e irmãs de Jesus. Portanto, a harmonia de tais passagens parece se tornar conclusiva (Mateus 12:46,47; Marcos 3:31,32; 6:32; Lucas 8:19,20; João 2:12; 7:3,5,10; Atos 1:14).

Além disso, defender que os irmãos de Jesus citados no Novo Testamento são apenas filhos de José, é inferir algo que não está no texto. Também o argumento de que os irmãos citados na verdade eram seus primos, não se sustenta à luz do idioma grego, o qual foi escrito o Novo Testamento. Saiba mais sobre os irmãos de Jesus na Bíblia.

A morte de Maria, mãe de Jesus
A Bíblia não fala nada a respeito da morte de Maria, mãe de Jesus. No entanto, desde os tempos mais antigos da Igreja Cristã, surgiu-se uma tradição acerca de sua suposta ascensão ao céu.

Na verdade essa tradição se divide em duas posições diferentes. A primeira defende a ascensão de Maria, mãe de Jesus, ainda em vida. A segunda defende a ascensão de seu corpo após a morte. Novamente vale reforçar que isso se trata apenas de uma tradição, ou seja, não é uma doutrina fundamentada nas Escrituras.

Em 1950, o Papa Pio XII promulgou esse dogma na Igreja Católica. No entanto, sua bula não é exatamente conclusiva para apontar qual das duas vertentes foi realmente adotada pela teologia católica.

Maria, mãe de Jesus, deve ser adorada?
Obviamente Maria, mãe de Jesus, não deve ser adorada. Nossa adoração deve ser direcionada apenas a Deus (Êxodo 20:2-5; Lucas 4:8). Também vale dizer que não há qualquer base bíblica para defender que Maria ocupa uma posição de destaque ao lado de Jesus, como um tipo de intercessora. Segundo a Bíblia, o próprio Cristo é o único mediador entre Deus e o homem (1 Timóteo 2:5,6).

Além disso, a Bíblia é bastante clara em dizer que todos os seres humanos pecaram e carecem da graça de Deus (Romanos 3:23; Efésios 2:8). Nesse caso Maria não é uma exceção, ou seja, biblicamente a doutrina da impecabilidade de Maria não faz qualquer sentido. Portanto, dizer que Maria, mãe de Jesus, nasceu sem estar contaminada pelo pecado original, é ir além do que as Escrituras dizem.

A Bíblia testemunha apenas sobre Um que nunca pecou, a saber, Jesus Cristo, sobre o qual o escritor do livro de Hebreus enfatizou que Ele “foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hebreus 4:15; cf. 7:26). O mesmo também foi dito pelo apóstolo Pedro, ao escrever que Ele não cometeu pecado (1 Pedro 2:21-25).

Apesar disso, vale dizer que Maria, mãe de Jesus, deve ser muito respeitada. Ela foi uma mulher bem-aventurada e digna de ser imitada, pelo seu exemplo de humildade, fidelidade e abnegação diante dos planos de Deus. Infelizmente algumas pessoas, na tentativa de reprimir os erros da teologia católica, acabam igualmente errando de forma inversa. Elas menosprezam e subestimam completamente a mulher a quem Deus escolheu soberanamente para receber a incalculável honra de dar à luz a Jesus Cristo.

Rute e Noemi

A História de Rute na Bíblia

A história de Rute é muito conhecida entre os cristãos, sobretudo por conta de sua parceria com Noemi, sua sogra, e seu casamento com Boaz, o que resultou no incrível fato de uma gentia ter se tornado uma ancestral do rei Davi e, principalmente, sido mencionada na genealogia do próprio Messias. Neste estudo bíblico, conheceremos um pouco sobre quem foi Rute na Bíblia.

Quem foi Rute na Bíblia?
Rute foi uma moabita que viveu no período dos juízes, e que aparece como personagem principal do livro do Antigo Testamento que leva seu nome. O significado do nome “Rute” é discutido entre os estudiosos, porém há uma possibilidade do hebraico rut ser derivado de re’ut que significa algo como “companhia feminina”.

Rute se casou com dois fazendeiros judeus. Primeiro com Malom Rt4:10), depois, já viúva, casou-se com Boaz. Malom era o filho primogênito de Elimeleque e Noemi (Rt 1:2; 4:3), e Boaz era um parente de Elimeleque (Rt 4:3).

O relato bíblico nos revela que os dois filhos de Elimeleque se casaram com mulheres moabitas. Elimeleque e sua família eram israelitas vindos de Judá, e partiram para Moabe durante um período de fome.

Isso significa que a família de Elimeleque havia ignorado o mandamento que proibia o relacionamento entre judeus e moabitas Dt23:3,4). Talvez eles não tivessem conhecimento dessa proibição, embora essa possibilidade pareça pouco provável.

Rute e Noemi
Elimeleque acabou morrendo, e, em seguida, seus dois filhos também faleceram. Com a morte do marido e dos filhos, Noemi resolveu partir rumo à sua terra natal, e, com isso, ela liberou suas noras a retornarem ao seu povo.

Orfa, cunhada de Rute, aproveitou a proposta e deixou Noemi, sua sogra. Rute, entretanto, demonstrou seu profundo amor por Noemi, e lhe comunicou que não a deixaria e somente a morte poderia separá-las (Rt 1:17).

Essa decisão de Rute implicava, necessariamente, em sua troca de nacionalidade, ou seja, ela estava disposta a se tornar uma judia e abandonar o seu deus (talvez Quemos, cf. Nm 21:29; 1Rs 11:7,33) a favor do Deus de Noemi (Rt 1:16; cf. 2:12,13) e ser sepultada no mesmo local de sua sogra (Rt 1:14-17).

É neste contexto que aparece o versículo mais conhecido do livro de Rute, onde Rute diz a Noemi: “Não me instes para que te abandone, e deixe de seguir-te; porque aonde quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus” (Rt 1:16).

Essa declaração de Rute contrasta nitidamente com a declaração de Noemi ao chegar a Belém, onde ela atribuiu a Deus a amargura que estava sentindo, e insistiu que as mulheres lhe chamassem de Mara, que em hebraico significa amargo, ao invés de seu nome.

Rute e Boaz
Quando chegaram a Belém, Rute se aproveitou da época da colheita da cevada que precede a colheita do trigo, para conseguir um meio de sustento para ela e para sua sogra. Rute então foi respigar nos campos de Boaz, um parente rico de seu sogro falecido.

Rute demonstrou muita dedicação no que fazia, e logo Boaz ficou sabendo de sua situação e da lealdade que ela possuía para com Noemi (Rt 2:11). Boaz então lhe concedeu alguns privilégios especiais que a favoreceu durante toda colheita da cevada e do trigo.

Mais tarde, Noemi instruiu Rute a ir à eira durante a noite, a fim de persuadir Boaz a se tornar um parente remidor, ou seja, aquele que poderia comprar a propriedade de Elimeleque, Malom e Quiliom, e, apelando para o casamento levirato, se casar com Rute (cf. Lv 25:25,47-49; Dt 25:5-10).

Boaz consentiu com a proposta de Rute, e a enviou de volta para casa com um presente de seis medidas de cevada. Entretanto, havia um parente mais próximo do que Boaz, e este deveria declinar de seu direito para que Boaz pudesse casar-se com Rute.

Então, na presença de dez anciãos da cidade, foi oferecida ao parente mais próximo de Noemi a oportunidade de redimir um terreno que pertencia a Elimeleque e se casar com Rute. Assim que esse parente desistiu de seu direito como parente remidor, Boaz, voluntariamente, assumiu o seu lugar e seguiu o costume do casamento levirato, um estatuto presente no livro de Deuteronômio (25:5-10) que permitia que o cunhado se casasse com a viúva de seu irmão. Vale lembrar que Boaz não era irmão de Malom, ex-marido de Rute. Boaz era apenas um parente próximo.

Boaz casou-se com Rute, e o primeiro filho do casal foi Obede, que significa “servo”. Com o nascimento de Obede, a amargura de Noemi foi amenizada, e ela foi a sua ama (Rt 4:16). Obede veio a ser o avô do rei Davi (Rt 4:18-22; 1Cr 2:12).

Rute é uma das cinco mulheres citadas explicitamente na genealogia de Jesus no Evangelho de Mateus (1:5), ao lado de Tamar, Raabe, Bate-Seba e a própria Maria. Era muito incomum que mulheres fossem citadas em genealogias no Oriente, mas essas mulheres faziam parte do propósito de Deus de enviar o Cristo.

Na história de Rute podemos ver claramente a soberania de Deus na escolha do improvável para cumprir os seus propósitos.

DEBORA

Quem foi Debora? História Completa

Débora, esposa de Lapidote, era profetiza (Juízes 4.4). Única mulher juíza entre todos os juízes de Israel, no seu tempo, dava expediente debaixo da palmeira de Débora, que ficava entre Ramá e Betel, nas montanhas de Efraim (Juízes 4.5). Débora também recebeu o nome de “mãe de Israel” (Juízes 5.7), era cheia do Espírito Santo, mulher com muito carisma, sabedoria, fé e coragem.

Grande personagem com breve passagem nos relatos das Sagradas Escrituras, vemos sua história no livro de Juízes nos capítulos quatro e cinco. Há outra Débora mencionada no A.T., mas essa era ama fiel de Rebeca, em Gênesis 24.59.

Contexto da época de Débora
O povo de Israel procurava buscar resolver suas questões e para isso procuravam sempre por Débora, naquele tempo o povo de Israel estava agindo mal diante de Deus novamente e fazendo tudo quanto era perverso aos seus olhos, sendo assim, Deus mesmo os entregou nas mãos de Jabim, rei de Canaã, que reinava em Hazor.

Sísera, era comandante do exercito ali. Os israelitas clamavam a Deus por livramento, pois durante vinte anos, Jabim, o rei, os oprimiu cruelmente.

História de Débora Segundo Juízes
Num determinado dia, Débora mandou dizer a Baraque, um guerreiro da época, que ele deveria guerrear contra o exército de Jabim e que Deus lhe daria a vitória sobre essa batalha: “Está claro pra mim que o Eterno, o Deus de Israel, ordena isso a você:

“Suba ao monte Tabor e prepare-se para a guerra, leve contigo dez mil soldados de Naftali e Zebulom, eu me encarregarei de mandar Sísera, o comandante do exercito de Jabim, ao rio Quisom com os seus carros e tropas, pois garanto que você vencerá a batalha” (Juízes 4.6-7).

Contudo, Baraque ficou receoso e disse que só iria se Débora os acompanhasse, ela concordou: “Claro que vou acompanha-lo, mas entenda que, com essa atitude, a honra não será sua, pois o Eterno usará uma mulher para liquidar Sísera” (Juízes 4.9). Depois disso ambos foram rumo a Quede e Baraque convocou Naftali, Zebulom e os dez mil soldados.

Com todo esse movimento, Sísera foi informado que Baraque havia subido ao monte Tabor e convocou imediatamente todos os seus carros para o rio Quisom (eram um total de novecentos carros de ferro) e todos os soldados que estavam com ele em Harosete-Hagoim.

A partir daí Debora deu a orientação para atacar garantindo a vitória do Eterno sobre a tropa de Sísera, portanto Baraque desceu para o ataque e recebeu vitória da parte do Senhor dando sobrando um soldado sequer, como a profetiza havia garantido.

O único no meio da batalha que conseguiu fugir foi o comandante Sísera, contudo chegando a porta da tenda de Jael, esposa do queneu Héber, pediu-lhe abrigo e proteção, a que Jael saiu ao encontro de Sísera e lhe disse para não temer e que ele poderia ficar ali.

Sísera entrou, pediu que Jael ficasse de guarda na porta, coberto no local, caiu num sono profundo, tendo visto essa cena, Jael aproveitou a situação e matou Sísera, conforme registro sagrado. Após o ato, Jael saiu ao encontro de Baraque e o chamou para ver onde Sísera estava, já morto.

Naquele dia, Deus tirou o poder de Jabim, rei de Canaã, sobre o povo de Israel, que continuou a apartar o cerco em torno de Jabim até que não sobrou nada dele.


O cântico de Débora
A palavra do Eterno dada pela profetiza se cumpriu e ambos (Débora e Baraque) entoaram um cântico, pois na época comemorar um feito nacional com poesias e cânticos era prática comum, este cântico é um dos mais antigos da Bíblia, e ali declararam:

“Consagrem-se para a guerra os chefes de Israel. Voluntariamente o povo se apresenta. Louvem o Senhor! Ouçam, ó reis! Governantes, escutem! Cantarei ao Senhor, cantarei; comporei músicas ao Senhor, o Deus de Israel.

Ó Senhor, quando saíste de Seir, quando marchastes desde os campos de Edom, a terra estremeceu, os céus gotejaram, as nuvens despejaram água! Os montes tremeram perante o Senhor, o Deus do Sinai, perante o Senhor, o Deus de Israel.

Nos dias de Sangar, filho de Anate, nos dias de Jael, as estradas estavam desertas; os que viajavam seguiam caminhos tortuosos. Já tinham desistido os camponeses de Israel, já tinham desistido, até que eu, Débora, me levantei; levantou-se uma mãe em Israel.

Quando escolheram novos deuses, a guerra chegou às portas, e não se via um só escudo ou lança entre quarenta mil de Israel. Meu coração está com os comandantes de Israel, com os voluntários dentre o povo. Louvem o Senhor!

Vocês, que cavalgam em brancos jumentos, que se assentam em ricos tapetes, que caminham pela estrada, considerem! Mais alto que a voz dos que distribuem água junto aos bebedouros, recitem-se os justos feitos do Senhor, os justos feitos em favor dos camponeses de Israel.

“Então o povo do Senhor desceu às portas. Desperte, Débora! Desperte! Desperte, desperte, irrompa em cânticos! Levante-se, Baraque!

Leve presos os seus prisioneiros, ó filho de Abinoão! Então desceram os restantes e foram aos nobres; o povo do Senhor veio a mim contra os poderosos. Alguns vieram de Efraim, das raízes de Amaleque. Benjamim estava com o povo que seguiu você.

De Maquir desceram comandantes; de Zebulom, os que levam a vara de oficial. Os líderes de Issacar estavam com Débora; sim, Issacar também estava com Baraque, apressando-se após ele até o vale. Nas divisões de Rúben houve muita inquietação.

Por que vocês permaneceram entre as fogueiras a ouvir o balido dos rebanhos? Nas divisões de Rúben houve muita indecisão. Gileade permaneceu do outro lado do Jordão. E Dã, por que se deteve junto aos navios? Aser permaneceu no litoral e em suas enseadas ficou. O povo de Zebulom arriscou a vida, como o fez Naftali nas altas regiões do campo. Vieram reis e lutaram.

Os reis de Canaã lutaram em Taanaque, junto às águas de Megido, mas não levaram prata alguma, despojo algum. Desde o céu lutaram as estrelas, desde as suas órbita, lutaram contra Sísera. O rio Quisom os levou, o antigo rio, o rio Quisom. Avante, minh’alma! Seja forte! Os cascos dos cavalos faziam tremer o chão, galopavam, galopavam os seus poderosos cavalos.

‘Amaldiçoem Meroz’, disse o anjo do Senhor. ‘Amaldiçoem o seu povo, pois não vieram ajudar o Senhor, ajudar o Senhor contra os poderosos.’ Que Jael seja a mais bendita das mulheres, Jael, mulher de Héber, o queneu! Seja ela bendita entre as mulheres que habitam em tendas! Ele pediu água, ela lhe deu leite; numa tigela digna de príncipes trouxe-lhe coalhada.

Ela estendeu a mão e apanhou a estaca da tenda; e com a mão direita o martelo do trabalhador. Golpeou Sísera, esmigalhou sua cabeça, esmagou e traspassou suas têmporas. Aos seus pés ele se curvou, caiu e ali ficou prostrado.

Aos seus pés ele se curvou e caiu; onde caiu, ali ficou. Morto! Pela janela olhava a mãe de Sísera; atrás da grade ela exclamava: ‘Por que o seu carro se demora tanto? Por que custa a chegar o ruído de seus carros?’ As mais sábias de suas damas  respondiam e ela continuava falando consigo mesma: ‘Estarão achando e repartindo os despojos? Uma ou duas moças para cada homem, roupas coloridas como despojo para Sísera, roupas coloridas e bordadas, tecidos bordados, para o meu pescoço, tudo isso como despojo?’

Assim pereçam todos os teus inimigos, ó Senhor! Mas os que te amam sejam como o sol quando se levanta na sua força. E a terra teve paz durante quarenta anos” (Juízes 5.2-32).

Conclusão
Da mesma maneira em que há homens e mulheres que na história não serviram de referência, há outros homens e mulheres que são inspiração para as gerações. Débora, pelo pouco que conhecemos sobre sua história, foi inspiração de intimidade com Deus, sabedoria, fé e coragem.


Ao mesmo tempo, podemos contemplar a fidelidade de Deus que fala e cumpre a sua Palavra. Portanto, uma palavra para o seu coração: Deus não muda, se foi fiel no passado, será fiel hoje e será fiel para sempre.



ANA

História de Ana, quem foi Ana na Bíblia?

A história de Ana na Bíblia está registada no livro do profeta Samuel, no Antigo Testamento. Apesar de Ana aparecer muito brevemente no relato bíblico, certamente ela é uma das mulheres mais conhecidas da Bíblia. Neste texto, saberemos mais sobre quem foi Ana.

Quem foi Ana na Bíblia?

Para respondermos essa pergunta, precisamos considerar que Ana é o nome de duas mulheres citadas na Bíblia. Em sua forma hebraica, Hanah, aparece como sendo o nome da mãe de Samuel no Antigo Testamento, e em sua forma grega, Ana, aparece como sendo o nome de uma profetisa no Novo Testamento.

O nome Ana significa “graça”, “benevolência” ou “favor”. Esse significado vem do hebraico, mas em sua forma grega o nome também possui o mesmo significado.

A história de Ana, mãe de Samuel

Ana foi a mãe do profeta Samuel, um dos personagens bíblicos mais importantes. Podemos ler sobre a história de Ana nos dois primeiros capítulos do livro de 1 Samuel.

Ana era uma das duas esposas de Elcana, sendo a predileta de seu esposo. Elcana era um levita da linhagem de Coate, mas que não estava na família sacerdotal, e que vivia em Ramataim-Zofim, uma região montanhosa de Efraim.

Ana era estéril, e é possível que Elcana tenha se casado com uma segunda esposa, Penina, para que esta lhe gerasse filhos. Embora não fosse o modelo ideal aprovado pelo Senhor com relação ao casamento, a poligamia era comum nos tempos do Antigo Testamento. Todavia, a própria história de Ana e Penina, assim como de Raquel e Lia, revela que esse tipo de prática sempre foi seguido de problemas no lar.

A rivalidade dentro do lar era constante, pois geralmente a esposa que não gerava filhos era humilhada e duramente importunada pela esposa fértil. Assim acontecia com Ana, que frequentemente era atormentada por Penina.

Outra fonte de atrito era o favoritismo do marido para com uma de suas esposas. Ana, apesar de ser estéril, era a esposa favorita (1Sm 1:5-8), assim como Raquel, também estéril, era a esposa favorita de Jacó.

A oração de Ana

O marido de Ana era um homem muito devoto, e todos os anos levava sua família para Siló, onde ficava localizado o Tabernáculo desde os dias de Josué (Js 18:1), para adorar e sacrificar ao Senhor.

A questão da esterilidade combinada à irritação por parte de Penina, faziam com que Ana ficasse profundamente angustia, por isso chorava e não se alimentava (1Sm 1:8).

Em uma dessas jornadas a Siló, Ana foi até a porta do Tabernáculo, e, “com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou abundantemente” (1Sm 1:10). Em sua oração, Ana pedia por um filho, e assim fez um voto ao Senhor.

Ana prometeu entregar seu filho ao Senhor por todos os dias da sua vida, e sobre sua cabeça não passaria navalha. Essa última característica mostra que se tratava de um voto dos nazireus (cf. Nm 6:5).

A reação de Eli perante a oração de Ana

Enquanto Ana orava com perseverança, Eli, o sacerdote, a observava. Ele havia reparado que Ana só movia os lábios, e não saía de sua boca nenhuma voz audível, concluindo então que ela estava embriagada.

Quando Eli pediu que Ana se apartasse do vinho, ela o respondeu dizendo ser uma mulher angustiada que estava ali derramando sua alma ao Senhor, falando com o coração sobre o seu desgosto. Ana também disse ao sacerdote que não era uma “filha de Belial”, expressão que significava uma pessoa maldosa e sem valor (1Sm 1:14-16).

Diante disso, Eli a compreendeu e disse: “Vai em paz; e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste” (1Sm 1:17). Ana então partiu dali, e seu semblante já não era mais triste.

O Senhor concede o desejo de Ana

Depois que a família de Elcana voltou para Ramá, a Bíblia diz que o Senhor se lembrou de Ana, e passando um tempo, ela concebeu um filho, a qual chamou Samuel. Ainda pequeno, Ana entregou Samuel no Tabernáculo aos cuidados de Eli.

Todos os anos, quando ia adorar em Siló, Ana tinha o habito de levar uma roupa nova a Samuel. Esse seu filho foi um dos homens mais notáveis da Bíblia, o qual aparece no livro do profeta Jeremias num grau de importância semelhante a Moisés (Jr 15:1). Foi Samuel que, usado pelo Senhor, ungiu os dois primeiros reis de Israel, Saul e, depois, Davi.

Posteriormente ao nascimento de Samuel, Ana se tornou mãe de mais cinco filhos, sendo três homens e duas mulheres (1Sm 2:21).

O cântico de Ana

No capítulo 2 de 1 Samuel, lemos sobre a oração de Ana em forma de um cântico de ação de graças (1Sm 2:1-10).O conteúdo desse cântico sem dúvida é muito significativo. Nele Ana reconheceu a graça, o poder, a santidade e a soberania de Deus.

Sem dúvida, também podemos afirmar que aquele foi um cântico profético, onde Ana, mesmo que bem vagamente, previu o aparecimento do Ungido de Deus, ao dizer “e dará força ao seu rei, e exaltará o poder do seu ungido” (1Sm 2:10). O termo para ungido é mashiac, de onde vem a palavra “Messias”, usado pela primeira vez no Antigo Testamento nessa oração de Ana.

Outra característica interessante desse cântico de Ana é que ele possui muitas similaridades ao cântico de Maria, quando o nascimento de Jesus lhe foi anunciado (Lc 1:46-55).

A história de Ana, a profetisa

A outra Ana que aparece na Bíblia é mencionada no Novo Testamento no Evangelho de Lucas(2:36-38). Ana era uma viúva, filha de Fanuel, descendente da tribo de Aser, e é designada como sendo uma profetisa.

Ana já era uma mulher idosa que havia sido casada por sete anos antes de se tornar viúva. O texto bíblico nos diz que mesmo aos 84 anos ela não se apartava do Templo, servindo a Deus de dia e de noite, com jejuns e orações.

Isso não significava que Ana morava no Templo, apenas que ela ficava ali constantemente, frequentando as cerimônias da manhã e da tarde. O relato de Lucas sugere que, assim como Simeão, Ana fazia parte do remanescente que “esperava a consolação de Israel” (Lc 2:25).

Quando ouviu as palavras de Simeão, Ana deu graças a Deus pelo comprimento de suas promessas, reconhecendo e proclamando que Jesus era, de fato, o Messias.

RAABE

História de Raabe, quem foi Raabe na Bíblia?

Raabe foi uma meretriz que vivia na cidade de Jericó quando Israel invadiu Canaã. Raabe é uma personagem muito lembrada em vários sermões, devido a sua curiosa história. Neste texto, aprenderemos tudo o que a Bíblia nos dias sobre quem foi Raabe.

A história de Raabe:
A história de Raabe está registrada no Antigo Testamento no livro de Josué (2:1-22; 6:17-25), além de outras referências no Novo Testamento que veremos posteriormente. O nome ‘Raabe”, em hebraico rahav, possivelmente tenha alguma ligação com a raiz rhv, que significa “largo”.

A Bíblia conta que Raabe hospedou em sua casa que ficava sobre os muros de Jericó os dois espias enviados por Josué com a intenção de conhecerem a terra. De alguma forma, a notícia de que espias dos filhos de Israel estavam na cidade acabou chegando ao rei.

O rei então exigiu que Raabe entregasse os espias, o que fez com que Raabe escondesse os dois homens sob as canas de linho que estavam secando no eirado. Quanto aos mensageiros do rei, Raabe deu uma pista falsa sobre o paradeiro dos espias, fazendo com eles partissem rumo aos vaus do Jordão na tentativa de capturá-los.

Após ter despistado os guardas do rei, Raabe subiu no telhado para conversar com os espias. Foi ali que Raabe fez sua confissão de fé no Deus dos hebreus. Ela tinha conhecimento das grandes maravilhas que Deus havia feito em prol de Israel, como a libertação do Egito, a travessia do Mar Vermelho, e a vitória sobre os dois reis amorreus, Siom e Ogue, que estavam a leste do Jordão.

Raabe revelou que sabia que o Senhor havia dado aquela terra aos filhos de Israel, e também falou sobre o grande pavor que tomou o coração do povo, pois sabiam que o Deus de Israel é “Deus em cima nos céus e em baixo na terra” (Js 2:11).

Então, Raabe fez uma suplica a favor de sua vida e da vida de seus familiares. Os espias concordaram com o pedido de Raabe, e combinaram que um cordão de fio de escarlate pendurado em sua janela seria usado para sinalizar a sua casa, fazendo com que todos de sua família que estivessem no interior da casa fossem poupados.

Raabe desceu os espias pela janela de sua casa que ficava no alto do muro e que dava para fora da cidade, a mesma janela em que seria coloca a corda escarlata, e os aconselhou sobre o caminho que deveriam tomar (Js 2:16).

Quando Jericó foi tomada pelo exército de Josué, somente ela e sua família é que tiveram suas vidas poupadas, dentre todos os habitantes daquela cidade. Posteriormente, Raabe e os integrantes de sua família tornaram-se israelitas naturalizados (Js 6:17-25).

Raabe foi mesmo uma prostituta?
Existe certa discussão acerca disso. Tal discussão ocorre pelo fato de que a expressão hebraica bet ‘isha zona, “casa de uma mulher prostituta” (Js 2:1), pode, também, apenas significar uma mulher que tem relacionamentos com homens, no sentido de tal mulher ser proprietária de uma hospedaria, de modo equivalente ao termo babilônico.

Tomando por base os registros do Código de Hamurabi, um texto oriundo da Mesopotâmia com um conjunto de leis escritas, uma taverna ou hospedaria era um lugar a qual os visitantes podiam se hospedar, mas qualquer presença de criminosos deveria ser reportada ao rei. Nesse sentido, a mulher encarregada pelo local não possuía uma condição imoral por hospedar homens como hospedes. Algo semelhante também pode ser encontrado no épico mesopotâmico Epopeia de Gilgamesh, onde uma proprietária de hospedaria conversava com os fregueses, inclusive com o próprio Gilgamesh. Muitos comentaristas, também com base na obra Antiguidades Judaicas de Josefo, defendem a opinião de que Raabe não necessariamente teria sido uma prostituta.

Entretanto, se a narrativa bíblica sobre Raabe se resumisse apenas ao Antigo Testamento, tal possibilidade poderia até fazer sentido. Porém, nas citações sobre Raabe encontradas nos livros de Hebreus e Tiago no Novo Testamento, a palavra grega porne, que significa “prostituta”, é empregada.

Com isso, defendendo a plena inspiração das Escrituras, entendo que é indiscutível a condição de Raabe como prostituta. Portanto, podemos concluir que Raabe foi definitivamente uma meretriz, embora ainda assim seja possível que a casa de Raabe tenha sido uma hospedaria, o que talvez poderia explicar a preferência dos espias por sua casa, e o modo como o rei ficou sabendo da presença dos dois homens ali.

Raabe foi uma ancestral de Jesus?
Esse é outro tema de discussão entre alguns estudiosos acerca de Raabe. A questão é se a Raabe de Jericó é a mesma Raabe mencionada no Evangelho de Mateus (1:5), onde a genealogia de Jesus é descrita.

Na verdade, alguns comentaristas defendem a possibilidade de que Raabe tenha se casado com Josué, o que tornaria inviável a possibilidade de ambos os personagens serem uma única pessoa. Muitos também alegam que no Antigo Testamento, não há qualquer referência acerca do casamento de Raabe com Salmom, enfraquecendo ainda mais a ideia de ser tratar da mesma pessoa.

Porém, acredito que a menção do nome Raabe no Evangelho de Mateus, não faria qualquer sentido se não fosse em referência a Raabe citada no livro de Josué, pois qual seria a utilidade de citar uma personagem que é totalmente desconhecida do restante das Escrituras em uma genealogia tão importante?

Com base no capítulo 6 do livro de Josué, vemos que Raabe foi aceita com toda honra entre o povo de Israel, o que indica ser totalmente coerente que ela tenha se casado com um membro de uma família honrada, como é o caso de Salmom.

Também considero que não existe qualquer problema cronológico e, portanto, defendo que a Raabe de Jericó é a mesma Raabe que aparece na genealogia do Senhor Jesus no Evangelho de Mateus, esposa de Salmom, mãe de Boaz e ancestral do rei Davi.

Raabe no Novo Testamento.
Como já vimos nos tópicos anteriores, Raabe é citada em três ocasiões no Novo Testamento. No Evangelho de Mateus (1:5), Raabe aparece na genealogia de Jesus, sendo uma antepassada dele segundo a carne. Aqui temos um exemplo do poder transformador da graça de Deus, que de uma prostituta estrangeira e pagã, fez uma mãe em Israel na linhagem do rei Davi.

As outras menções sobre Raabe estão em Hebreus 11:31 e Tiago 2:25. É incrível a forma com que Raabe é citada nessas referências. Na Epístola aos Hebreus, Raabe é incluída na Galeria dos Heróis da Fé, onde é enfatizada a sua fé que inspirou o ato tão decisivo praticado por ela. Já na Epístola de Tiago, o seu ato é enfatizado como uma expressão de sua fé.


Outras ocorrências do nome Raabe na Bíblia:
O nome “Raabe” também aparece em outras passagens bíblicas, mas que em nada tem haver com a personagem Raabe.

Na verdade, no original encontramos algumas passagens no Antigo Testamento onde “Raabe” é um nome simbólico para se referir ao Egito, a ostentação, ao orgulho, e também aparecendo em textos onde se fala, principalmente, de julgamentos divinos, como é o caso nos Salmos 87:4; 89:10, e em Isaías 30:7; 51:9. No livro de Jó, por exemplo, Raabe é o nome de um monstro marinho usado como uma expressão figurativa para o orgulho (Jó 9:13; 26:12).


sábado, 16 de fevereiro de 2019

SARA

Quem foi Sara na Bíblia?

Sara foi esposa de Abraão e mãe de Isaque. A história de Sara está registrada no Antigo Testamento, no livro de Gênesis. Neste estudo bíblico conheceremos tudo sobre quem foi Sara na Bíblia.

O nome Sara significa “princesa” (heb. sarah). Antes de ter seu nome trocado, Sara se chamava “Sarai” (heb. saray), que também significa princesa. Vale dizer que há também outra Sara citada na Bíblia, a filha de Aser (Nm 26:46), embora que em algumas versões seu nome aparece escrito como “Sera”.
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Seu nome no original era Sarai, que significa "minha princesa". Seu nome foi modificado quando o de Abrão foi mudado para Abraão, quando foi estabelecida a circuncisão como sinal do Pacto Abraâmico. Em Gênesis 20.12. Abraão fala de Sara como sua "irmã, a filha de meu pai, mas não a filha de minha mãe".
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A História de Sara
Como já dissemos, Sara foi a principal esposa de Abraão. Ela era cerca de dez anos mais nova que o patriarca. Além de esposa se Abraão, Sara também era sua meia-irmã por parte de pai, Tera (Gn 20:12).

Quando Deus chamou a Abraão, Sara o acompanhou, partindo com ele de Ur dos Caldeus, passando por Harã e, finalmente, chegando até à terra de Canaã. A mudança de nome de Sarai para Sara, ocorreu quando ela tinha 90 anos de idade.

Sara e Abraão no Egito
Devido à fome que castigou a terra de Canaã, Abraão e Sara partiram para o Egito (Gn 12:10,11). Na ocasião, Sara já tinha 65 anos de idade, apesar disso era considerada uma mulher muito bonita, a ponto de Abraão, temendo por sua própria vida, pedir que ela se apresentasse apenas como sua irmã.

No Egito, Sara chamou a atenção dos egípcios e dos príncipes de Faraó, sendo que o próprio Faraó se sentiu atraído por ela e a levou para seu harém.

Entretanto, o Senhor castigou a Faraó e a sua casa por causa de Sara, o que fez com ele chamasse a Abraão e o confrontasse por ter omitido a informação de que ela era sua esposa. Faraó devolveu Sara a Abraão, e ordenou que eles partissem para longe do Egito (Gn 12:12-20).

Cerca de vinte anos depois, outro episódio muito semelhante a este aconteceu. Abraão, mais uma vez, ocultou a informação de que Sara era sua esposa. O fato ocorreu com relação à Abimeleque, rei de Gerar.

Neste caso, Deus avisou Abimeleque em sonhos, de que Sara era a esposa de Abraão, e caso não respeitasse essa condição, ele seria fatalmente penalizado. Prontamente Abimeleque procurou a Abraão, e o questionou acerca de sua atitude.

Abimeleque devolveu Sara a Abraão, e também lhe deu ovelhas, vacas, servos e servas, talvez como um tipo de compensação pela ofensa. Isso fez com que o patrimônio de Abraão aumentasse ainda mais.

Também vale dizer que Abraão e Sara viviam entre um povo pagão antes da convocação divina. De acordo com as leis da Mesopotâmia daquela época, a condição de esposa-irmã representava uma posição social ainda mais elevada, e segundo os textos de Nuzu, o vinculo do casamento era considerado mais solene.

Sara, Agar e a tristeza da esterilidade
Sara era estéril, e tal condição era um opróbrio continuo para ela. Ainda mais depois da promessa que Deus havia feito a Abraão de que ele seria pai, Sara desesperou-se para lhe conceder um herdeiro.

Sara então incentivou Abraão a ter um filho com sua serva pessoal Agar, uma jovem egípcia (Gn 16:1-3). Para tanto, Sara utilizou um costume frequentemente atestado na Antiga Babilônia, apoiado em uma norma legal de que uma esposa estéril deveria prover a seu marido uma mulher que lhe gerasse filhos em seu nome. Tal mulher geralmente era uma criada.

Se Sara usou uma norma legal para arquitetar seu plano, ela também agiu de acordo com as leis comuns na Mesopotâmia quando tratou a Agar de forma muito dura por esta tê-la desprezado por conta de sua esterilidade (Gn 16:4).

Sara e as promessas de Deus
Quando Sara completou 90 anos de idade, ela recebeu a promessa divina de que teria um filho dentro de um ano, e que tal como Abraão, ela se tornaria a “mãe das nações”. Na verdade essa promessa ocorreu por duas vezes, sendo que na primeira foi onde seu nome foi mudado juntamente com o de seu marido (Gn 17:17-17); (Gn18:9-15).

Na segunda ocasião, Abraão recebeu uma teofania e pediu que Sara fizesse alguns bolos para os visitantes divinos. Ao escutar a profecia acerca do nascimento de um filho seu, Sara sorriu com incredulidade, julgando ela ser impossível de se cumprir haja vista sua idade.

Apesar de Sara negar que seu riso ocorreu no sentido de zombaria, o Senhor conhecia suas verdadeiras intenções. Sara foi repreendida com a seguinte frase: “Haveria coisa alguma difícil ao Senhor?“. A partir daí a dúvida deu lugar à fé, e Sara foi revigorada, e a promessa foi cumprida com o nascimento de Isaque.

Após o nascimento de Isaque, Sara teve problemas com Ismael e Agar. Na festa de desmame de Isaque, Sara percebeu que Ismael estava zombando de seu filho. Muito irada, Sara ordenou que Agar e Ismael fossem embora.

Com essa atitude, Sara também desejava que Isaque não precisasse dividir sua herança com o meio-irmão. Se nas outras ocasiões Sara agiu de acordo com as leis da Mesopotâmia, nesse caso ela estava agindo de forma contrária, pois Abraão já havia reconhecido legalmente Ismael como seu filho (Gn 17:23-26).

A morte de Sara
Sara tinha 127 anos de idade quando morreu, e foi sepultada por Abraão na sepultura que ele comprou para a família, perto de Hebrom, na cova de Macpela (Gn 23). Curiosamente, Sara é a única mulher na Bíblia que possui sua idade registrada por ocasião de sua morte.

Sara no Antigo e no Novo Testamento
Além do livro de Gênesis, Sara é mencionada no livro do Profeta Isaías (cap 51:2)como um exemplo de confiança
em Deus, e aquela que deu a luz à nação israelita.

Já no Novo Testamento, o Apóstolo Paulo se refere a Sara direta e indiretamente. Na Carta aos Romanos (cap. 4:19), Paulo colocou a questão da esterilidade de Sara como um obstáculo à fé de Abraão, e mencionou o casal entre aqueles cuja fé foi contada como justiça, além de se referir a ela como a mãe dos filhos da promessa (Rm 9:9).


Na Epístola aos Gálatas (cap. 4:21-31), Paulo se referiu a Sara indiretamente, ou seja, não citou seu nome, numa ilustração sobre o filho da escrava e o filho da mulher livre. O apóstolo Pedro também mencionou Sara como um exemplo de esposa (1Pe 3:6), e o escritor da Epístola aos Hebreus enfatizou a fé de Sara, colocando-a no texto que ficou conhecido como “A Galeria dos Heróis da Fé” (Hb 11:11).